Recordam-se dos três posts publicados neste blog baseados no guia de três passos do Center on the Developing Child de Harvard, para ajudar a compreender os primeiros anos de desenvolvimento e como apoiar crianças e famílias neste período?
1º) Desde a barriga: A importância dos primeiros anos.
2º) Como acontece o desenvolvimento? E depois?
3º) Como apoiar o desenvolvimento infantil?
Nestes três posts ficou clara a importância das relações para o desenvolvimento da criança, nomeadamente das interações bidirecionais e recíprocas, chamadas de serve and return interactions ou traduzidas por interações de acão e reação.
Estas interações têm muita importância na medida em que contribuem para moldar a arquitetura do cérebro em desenvolvimento das crianças. Se as crianças tiverem uma resposta apropriada de adultos sensíveis e responsivos, vão construir e robustecer conexões neuronais que serão importantes por toda a sua vida e que contribuem para as suas competências. Estas relações responsivas são essenciais, a sua ausência representa uma séria ameaça para o desenvolvimento e bem-estar da criança.
Uma arquitetura saudável do cérebro depende de relações responsivas com adultos cuidadosos, de uma estimulação positiva, pois se o adulto for ausente, inapropriado ou instável, a arquitetura do cérebro pode ser prejudicada e isto pode ter impacto na saúde física, mental e emocional da criança. Assim é importante que os cuidadores (sejam pais ou outros) fortaleçam este tipo de interações positivas.
Nesse sentido, o Center on the Developing Child the Harvard publicou um vídeo que aponta para cinco aspetos essenciais nestas interações:
1. Partilhar o foco – Dê atenção àquilo em que a criança está focada (atenção conjunta), deste modo vai conhecer melhor as competências, interesses e necessidades da criança, encorajá-la a explorar e fortalecer a vossa relação;
2. Apoiar e incentivar – Responda às iniciativas da criança com palavras, gestos, ajudando, brincando, reconhecendo, sorrindo, etc., deste modo vai apoiar e encorajar o interesse e curiosidade da criança;
3. Nomear – Nomeie o que a criança está a ver, fazer ou sentir, deste modo vai promover conexões de linguagem importantes, fornecer vocabulário, mostrar que está atento, e ajudar a criança a compreender-se a si e ao mundo que a rodeia;
4. Revezar – Converse e brinque à vez, espere que a criança responda, deste modo a criança vai aprendendo o auto-controlo e como se relacionar, e, ao esperar, vai dar tempo à criança para desenvolver as suas ideias e construir a sua confiança, ajudando-o também a conhecê-la melhor;
5. Praticar finais e começos – Esteja atento aos sinais da criança que indiquem que esta está pronta para terminar uma brincadeira/atividade e para iniciar outra, deste modo vai deixar que a criança lidere algumas atividades, está a respeitar a sua iniciativa e os seus ritmos e interesses, apoia-a na exploração do mundo e promove mais interações positivas.
Para saber mais, pode ver o vídeo na íntegra aqui
São coisas muito simples, que provavelmente já faz, mas, possivelmente, não fazia ideia de como podem ser importantes. Assim, será continuar ou experimentar estas sugestões, com a noção de que está a contribuir para a construção da arquitetura de um cérebro mais saudável e robusto nos seus filhos.
Acima de tudo procure usufruir e maravilhar-se com cada momento.
Traduzido de https://developingchild.harvard.edu/resources/5-steps-for-brain-building-serve-and-return/
e de https://developingchild.harvard.edu/science/key-concepts/serve-and-return/
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