É normal? Sim, a birra faz parte da fase de desenvolvimento em que a maior parte das crianças atravessa um período de desafio durante o qual testa frequentemente os limites dos pais. As birras diárias são naturais nestas idades e o “não” torna-se uma forma de afirmarem a sua independência. Neste período, as crianças são sobretudo motivadas pelas emoções e, portanto, os comportamentos mais irracionais são expectáveis. Além disso estão a tomar consciência de si enquanto indivíduos, com pensamentos próprios e com sentimentos fortes, mas ainda não têm ferramentas para os compreender e gerir. Este tipo de birras ocorre porque a criança ainda não consegue expressar bem verbalmente o que sente e quer, ainda está a aprender o que é e não é aceitável, e tem um sistema de autorregulação imaturo. Isto, combinado com a vontade de explorar, de ser independente e fazer o que quer, leva a que a criança não consiga lidar com tudo o que sente e acabe por “explodir” de alguma forma. Desta vez fiquemos pelas situações como cansaço, fome, sono, mudanças, excitação, ou seja, situações em que a birra é previsível. A antecipação dos pais é meio caminho andado para que não haja um escalar da situação.
Sugestão:
- Evite ir para grandes superfícies, sítios de grande confusão e de grande estímulo;
- Com crianças muito pequenas, leve sempre um iogurte ou queijinho para que nalgum imprevisto consiga satisfazer a fome da criança;
- Se o seu filho já é mais crescido e começar a ficar impaciente, explique o que é que está a fazer e quanto tempo ainda falta para a refeição (está a dar as regras do jogo):
- Desvie a atenção da criança, chamando a sua atenção para algo do seu interesse, um passarinho que passa ou um cachorro;
- Também é bom ter um bloco e um lápis no bolso ou na carteira: as crianças adoram rabiscar e ficam entretidas mais um bocadinho, enquanto resolve um assunto inadiável;
- Permita que a criança decida pequenas coisas (“queres a camisola azul ou a encarnada?)
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